O pastor Mounesh, do Fim dos Tempos, disse à Portas Abertas que, durante três meses, um homem que ele identificou como Kumar Nagappa interrompeu reuniões de oração em Romagonadanahalli, uma pequena aldeia no centro de Karnataka - estado relativamente rico, situado no sudoeste da Índia. Mounesh contou que Nagappa direcionava um alto-falante para onde os cristãos se encontravam e tocava bem alto músicas de algum filme hindu.
Mounesh registrou queixa à polícia em Basavapatna. De acordo com Moses Muragavel, um advogado que defende muitos casos de perseguição aos cristãos em Karnataka, os oficiais emitiram um alerta para Nagappa.
"Nagappa perturba as reuniões cristãs há três meses", disse Muragavel. Assim, “a polícia chegou a um consenso entre ambas as partes e advertiu Nagappa que parasse de perseguir os cristãos." Muragavel também afirmou que outro extremista foi identificado: Hanumanthappa, que foi levado em custódia.
"Influenciados por extremistas, um vilarejo inteiro de aldeões voltou-se contra o pastor Mounesh e registrou queixa à polícia contra ele", disse Muragavel.
Segundo o advogado Muragavel, o subinspetor de polícia de Basavapatna, instruiu o pastor Mounesh, a assinar uma declaração afirmando que ele iria cancelar as reuniões de oração, ciente de que consequências terríveis se seguiriam se não o fizesse. Mounesh assinou.
Perseverança em meio à perseguição
No entanto, o Ministério Fim dos Tempos realizou um encontro de oração no dia seguinte, 6 de julho, liderado por Mounesh e dois pastores convidados.
Foi quando cerca de 100 moradores hindus invadiram o local e espancaram os três pastores, bem como os cristãos, membros da igreja.
"Dois homens cristãos, Hosuramma e Gurumoorthy, foram terrivelmente agredidos", disse Muragavel. Uma viúva também foi machucada.
"Os extremistas a perseguiram e rasgaram suas roupas", relatou ele.
Os três cristãos perderam a consciência e foram levados a um hospital em Davangere, uma cidade localizada cerca de 50 quilômetros ao norte. Eles receberam alta após três dias. Mesmo assim, Muragavel disse que "a polícia se recusou a registrar um caso isolado sobre o incidente." De acordo com o relatório médico, não houve feridos graves, uma informação contestada pelos líderes cristãos.
Os cristãos apelaram para H.T. Sangliana, vice-presidente da Comissão Nacional de Minorias da Índia, o qual iniciou uma série de telefonemas para as autoridades e conseguiu que a polícia registrasse um Boletim de Ocorrências.
Os cristãos apresentaram uma queixa policial contra os extremistas hindus, que entraram com uma queixa contra o pastor Mounesh. A polícia considerou-as igualmente.
O superintendente de polícia de Davangere da Área Rural, Kavalappa, disse à Agência Portas Abertas que a investigação está em curso. Ambos os lados prestaram depoimento no tribunal, em 27 de julho, onde o juiz disse ao pastor Mounesh que ele não deve conduzir cultos nos lares. O Ministério Fim dos Tempos não tem edifício próprio; por isso, reuniões e cultos são realizados, na maioria das vezes, na casa do pastor.
Enquanto isso, o pastor Paul Praveen, superintendente-adjunto do Ministério Fim dos Tempos, disse à Portas Abertas que Mounesh parou todas as atividades cristãs na área.
"Ele se mudou para outra área por medida de segurança," afirmou Praveen.
Somando 49 casos de violência e hostilidade contra os cristãos em 2011, Karnataka, na Índia, é o Estado com a maior incidência de perseguição, de acordo com uma associação evangélica local. Esse país ocupa a 32ª posição no ranking de nações mais intolerantes aos cristãos.
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