quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Missões usam índios cristãos para contornar expulsão dos missionários das aldeias
No quarto congresso Brasileiro de Missões, realizado em outubro de 2011 em Caldas Novas, Goiás, o presbiteriano Ronaldo Lidório, 45, dirigindo-se aos índios ali presentes, conclamou no microfone: “Precisamos de mais 500 novos missionários para pregar o Evangelho a todos os povos indígenas”.
A Funai expulsou em 1991 as missões das aldeias porque, entre outros problemas, os religiosos estavam contaminando os índios com doenças. Estima-se que, por conta disso, houve a morte de 30% dos índios evangelizados.
Lidório e outros líderes evangélicos têm feito apelo por mais índios pregadores para contornar a restrição de atuação das missões. Como elas não podem se fixar nas aldeias, os religiosos recorreram a uma artimanha: estão transformando índios em missionários.
“O Estado não pode impedir que um índio se encontre com outro índio”, disse Edward Luz, presidente da Novas Tribos do Brasil, de acordo com anotação do jornalista Felipe Milanez, que cobriu o Congresso de Missões para a Rolling Stone Brasil.
A organização de Luz tem procurado doutrinar principalmente os índios não aldeados que cursam faculdade. “A maioria desses índios voltará ao seu povo para pregar o evangelho”, disse. “Contra essa força não haverá resistência [da Funai].”
Para os líderes missionários, na maioria formada por batistas, os índios pastores representam a “terceira onda evangelizadora”. Na primeira, os missionários eram estrangeiros e, na segunda, brasileiros brancos.
A AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), que representa organizações missionárias evangélicas, estima que existem 147 etnias que nunca foram tocadas pelos ensinamentos da Bíblia. Entre elas, estão as "etnias remotas", que não tiveram nenhum ou pouco contato externo.
A Funai tem feito um esforço para que as comunidades desses índios se mantenham intocadas. Mas são justamente esses índios, no entender das missões, que mais precisam da salvação divina. Porque – está no Evangelho segundo Marcos – “quem crer e for batizado será salvo, mas que não crer será condenado”.
O índio Henrique Terena é o pastor mais bem sucedido da aludida “terceira onda evangelizadora”. Ele tem o seu próprio ministério, que atua em colaboração com organizações missionárias.
Terena é presidente da Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), que representa tribos da América Sul, mas sobretudo as do Brasil.
O Conselho não deixa dúvida sobre o seu propósito, que é, segundo o seu site, “penetrar as trevas de lugares onde não há o conhecimento de Cristo”.
Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/01/missoes-usam-indios-cristaos-para.html#ixzz1juGGvqNb
Paulopes só permite a cópia deste texto para uso não comercial e com a atribuição do crédito e link.
A Funai expulsou em 1991 as missões das aldeias porque, entre outros problemas, os religiosos estavam contaminando os índios com doenças. Estima-se que, por conta disso, houve a morte de 30% dos índios evangelizados.
Lidório e outros líderes evangélicos têm feito apelo por mais índios pregadores para contornar a restrição de atuação das missões. Como elas não podem se fixar nas aldeias, os religiosos recorreram a uma artimanha: estão transformando índios em missionários.
“O Estado não pode impedir que um índio se encontre com outro índio”, disse Edward Luz, presidente da Novas Tribos do Brasil, de acordo com anotação do jornalista Felipe Milanez, que cobriu o Congresso de Missões para a Rolling Stone Brasil.
A organização de Luz tem procurado doutrinar principalmente os índios não aldeados que cursam faculdade. “A maioria desses índios voltará ao seu povo para pregar o evangelho”, disse. “Contra essa força não haverá resistência [da Funai].”
Para os líderes missionários, na maioria formada por batistas, os índios pastores representam a “terceira onda evangelizadora”. Na primeira, os missionários eram estrangeiros e, na segunda, brasileiros brancos.
A AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), que representa organizações missionárias evangélicas, estima que existem 147 etnias que nunca foram tocadas pelos ensinamentos da Bíblia. Entre elas, estão as "etnias remotas", que não tiveram nenhum ou pouco contato externo.
A Funai tem feito um esforço para que as comunidades desses índios se mantenham intocadas. Mas são justamente esses índios, no entender das missões, que mais precisam da salvação divina. Porque – está no Evangelho segundo Marcos – “quem crer e for batizado será salvo, mas que não crer será condenado”.
O índio Henrique Terena é o pastor mais bem sucedido da aludida “terceira onda evangelizadora”. Ele tem o seu próprio ministério, que atua em colaboração com organizações missionárias.
Terena é presidente da Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), que representa tribos da América Sul, mas sobretudo as do Brasil.
O Conselho não deixa dúvida sobre o seu propósito, que é, segundo o seu site, “penetrar as trevas de lugares onde não há o conhecimento de Cristo”.
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