terça-feira, 29 de novembro de 2011

Situação dos cristãos continua incerta no Iêmen

Em janeiro deste ano, como em outros países árabes, protestos começaram no Iêmen. Inicialmente os manifestantes foram pacificamente às ruas por causa do grande desemprego no país, causado pelas condições econômicas e pela corrupção. O Iêmen é o país árabe mais pobre com uma renda per capita que é aproximadamente um décimo da renda de seus vizinhos Omã e Arábia Saudita.
Isto não acontece somente pela falta de petróleo, mas muito mais pela corrupção generalizada, pelo baixo nível da educação e pela má administração. Atualmente os iemenitas estão enfrentando um grande desemprego. Estatísticas oficiais relatam que um em cada três iemenitas está desempregado. Especialmente os jovens iemenitas estão sem trabalho. Quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza.
Desde o início dos protestos o governo usou violência excessiva para reprimir os manifestantes. As reivindicações dos manifestantes mudaram: eles começaram a pedir a renúncia do presidente. Até mesmo manifestações não violentas foram respondidas com armas e de acordo com os jornalistas até com granadas. O presidente foi ferido em um ataque e deixou o país por vários meses para tratamento médico na Arábia Saudita.
Greves recebem menos atenção da mídia dentro dos protestos em andamento, muito menos que Síria e Líbia. Claro que o número de mortos e feridos durante os protestos no Iêmen é ainda muito menor que nos dois outros países citados. Mas recentemente o jornalista britâncio-iemenita Abubakr Al-Shamanhi disse a Al Jazeera que isto também pode ser explicado devido a um ‘desconhecimento fundamental sobre o Iêmen’. Na verdade, é difícil compreender a situação do Iêmen. O país tem um forte sistema tribal que os estrangeiros não entendem. Além disso, pequenos grupos ligados a al-Qaeda tentam obter mais força no país.
Sequestros de estrangeiros no Iêmen tem ocorrido regularmente, normalmente terminando com a aceitação dos pedidos dos sequestradores para libertar membros de clãs sob custódia, por dinheiro, ou outras fontes de recursos. Este mês três franceses foram libertados por seus sequestradores. Devido à violência e aos sequestros o turismo no Iêmen diminuiu drasticamente.
Desde que o Iêmen se tornou um país, quando o Iêmen do Norte e a República Democrática do Povo do Iêmen se uniram em 1990, o Iêmen tem tido uma história violenta. O país é desde o primeiro dia governado pelo presidente Ali Abdullah Saleh, antes disso ele governava o Iêmen do Norte por 12 anos. Em teoria o Iêmen é uma democracia, mas na prática não é.
Antes dos protestos começarem este ano, dois grupos eram o maior desafio do governo: o Movimento Sulista, um grupo separatista no sul – uma região que por muito tempo reclama por ser negligenciada pelo governo dominado pelo norte. O outro é o Houthis, um grupo xiita do norte do Iêmen com um complicado conjunto de reivindicações políticas, econômicas e ideológicas. O Houthis tem travado uma guerra civil intermitente com Sanaa desde 2004.
FontePortas Abertas

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