quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A situação da Igreja na Nigéria após ataque de 4 de novembro

No dia 4 de novembro de 2011 mais de 200 membros da seita Boko Haram, invadiram uma comunidade cristã de Nova Jerusalém. Eles detonaram bombas em igrejas e atiraram em cristãos. Mais de 100 Cristãos foram mortos. Abaixo segue a atualização sobre a situação da igreja após esses ataques.
Para entender o caso, clique aqui.
Igreja bombardeadaOs cristãos de Damaturu permanecem com medo e incerteza. Muitos fugiram da cidade, deixando seus lares e propriedades para trás. Eles estão convencidos de que os poucos homens das forças de segurança posicionados na região cristã são insuficientes para conter a situação, caso os jihadistas ressurjam.
Líderes de igrejas locais tentaram se reunir com Sua Alteza, o emir de Damaturu,  Alhaji Shehu Ibn El Kanemi Hashimi II, mas tiveram o pedido de audiência recusado pelos atendentes do palácio.
Ao reivindicar responsabilidade pelas mortes e destruição ocorridas em Damaturu, o porta-voz da seita Boko Haram, Abu Qaqa, ameaçou lançar mais ataques em todo o norte da Nigéria. Com a intenção de impor a lei sharia, a seita islâmica aparentemente projetou um plano para eliminar todas as igrejas nas cidades e vilarejos do norte.
Um policial cristão que escapou por pouco da violência em Damaturu confidenciou à Portas Abertas que será difícil restringir as atividades violentas da seita, uma vez que alguns agentes de segurança também são membros de Boko Haram.
Cerca de 10 pessoas ligadas aos ataques foram presas. De acordo com o comissário da polícia estadual, mais investigações estão em andamento.
O nível de insegurança na região norte, especialmente nos estados da sharia, é muito alto, com a seita islâmica tentando aterrorizar cada cidadão na região.
Testemunhos
A Sra. Grace Samaila, 30 anos, recém-casada em junho deste ano, viu seu esposo tomar um tiro na cabeça em frente à igreja.
“Foi uma situação traumática para mim”, disse ela à Portas Abertas. “Estávamos tentando chegar em casa quando ouvimos o som de uma explosão. Estávamos na motocicleta de meu esposo, em frente ao portão da igreja. Os militantes muçulmanos nos pararam e perguntaram a meu esposo se ele era policial. Ele disse que era professor e até pegou sua identidade para lhes mostrar.
“Então eles perguntaram se ele era muçulmano. Ele disse: ‘Não, eu sou cristão’. Em meu coração, sabia que a calamidade sobreviria. Então, orei em meu coração. Eles me disseram para descer da moto e seguir meu caminho, embora eu tenha pedido para deixar meu esposo ir para que me levasse para casa. Eles gritaram comigo e me empurraram com um pau enquanto meu esposo implorava-lhes para que me deixassem ir”.
“Eles disseram-no para aceitar o islã e ele disse que não. Então, gritaram para que ele continuasse seu caminho. Tão logo ele se moveu alguns metros, eles atiraram em sua cabeça. Ele caiu da moto e morreu próximo à estrada”.
“Não posso quantificar quanta falta de compaixão eu vi naquele dia”, disse ela. “Eu não podia dormir e, a cada dia, a cena do incidente aparece a mim. Quero que Deus tire minha vida para juntá-la a meu marido”.
Outro sobrevivente de primeira mão da carnificina falou à Portas Abertas durante sua visita. O apóstolo John Ola, pastor da Igreja do Querubim e Serafim, escapou por pouco da explosão que destruiu sua igreja e residência pastoral.
“Aquele dia foi um inferno”, relembra. “Não consigo explicar como Deus me salvou dos jihadistas. Encontrei-me subindo em uma árvore e lá me escondi, não muito longe da igreja. Estava observando eles entrarem nas dependências. Vi-os plantando explosivos. De fato, quando explodiu, quase caí da árvore. Observei minha igreja e casa queimarem até o chão. Estou feliz de estar vivo. A Deus seja a glória!”.  
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoGetúlio Cidade

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