quarta-feira, 18 de maio de 2011

Jovens que sofreram abusos desabafam e recebem orações em Nairóbi

Quênia é um país localizado ao leste do continente africano e conta com uma população de 30,1 milhões de pessoas. Apesar de ser conhecido mundialmente por seus atletas vitoriosos, como os velocistas James Kipsang, Robert Cheruiyot e Paul Tergat, campeões da corrida de São Silvestre, que acontece na cidade de São Paulo (SP) todo o último dia do ano, o país também enfrenta problemas sérios em sua estrutura.
A nação foi colonizada em 1888 pelos ingleses e conquistou a independência em 1963. Nos anos seguintes, o povo sofreu com ditaduras políticas que geraram conflitos tribais, ocasionando mortes e lutas sangrentas. Em 2002, o atual presidente Mwai Kibaki foi eleito, colocando fim aos 24 anos de ditadura. Mas, milhares de quenianos ainda sofrem com a miséria decorrente do alto índice de desemprego, corrupção e falta de infra-estrutura.
Há 16 anos, a Igreja Universal do Reino de Deus realiza um trabalho de evangelização, visando levar esperança por meio da fé em Deus, em hospitais, presídios, clínicas de recuperação e comunidades carentes do Quênia.
Ana Paula Teixeira (foto à esquerda), esposa do pastor Alexandre Teixeira, responsável pelo IURD no país, há um ano realiza visitas às meninas adolescentes das escolas da capital, Nairóbi. Ana Paula conta que a ideia surgiu pela dificuldade de evangelização com panfletos, atividade proibida na região e, principalmente, após conversas com jovens que a procuravam na Igreja e desabafavam com ela sobre assuntos delicados, que não tinham coragem de contar para ninguém. “Aqui o povo é muito carente e muitas das garotas que me procuravam relatavam abusos sexuais. O número de mães solteiras que nem sabe quem é o pai de seus filhos é muito grande, então decidi ir até aquelas que não vinham à Igreja e procurar ajudá-las nas escolas”, explica.
De acordo com Ana Paula, a aceitação foi imediata e superou as expectativas, pois quando chegou à primeira escola, as estudantes ouviram atentamente a Palavra de Deus, receberam orações e choraram durante o aconselhamento, enquanto desabafavam a respeito dos problemas vividos. “Elas se sentiram acolhidas e surpresas com a visita, pois aqui há uma distância muito grande entre os religiosos e o povo. Alguns vizinhos da escola se interessaram em estudar naquele colégio só por causa da visita”, revela, acrescentando que apesar do trabalho ter apenas pouco tempo, já é possível ver resultados, pois muitas alunas estão indo à IURD: “Quando nos deparamos com a realidade que elas vivem, podemos sentir a dor de cada uma, refletida em cada olhar. Mas sabemos que vamos alcançá-las para o Senhor Jesus e com certeza o futuro delas não será de sofrimento, mas sim de alegria.”
Um futuro que foi mudado na vida de Rebecca Wanyama, de 42 anos, moradora de Nairóbi. Ela conta que chegou à IURD no final de 2007, em meio a uma guerra política de etnias. Por causa do conflito, teve todos os bens queimados, após ter a casa invadida. “Várias pessoas foram mortas, algumas até mesmo queimadas vivas. Por sermos de uma tribo que não era predominante na cidade onde morávamos, nossa casa foi invadida e queimada, junto com tudo aquilo que tínhamos”, conta.
Somente com a roupa do corpo, a família fugiu para a capital, onde, andando pela cidade, foi convidada por um membro da IURD a participar de uma reunião. Ao frequentar os encontros semanalmente, Rebecca diz que recebeu forças para lutar e, com o passar do tempo, seu pranto se transformou em alegria.
“Começamos a lutar pela reconstrução de nossas vidas. Meu marido conseguiu um lugar para trabalhar, começamos a prosperar e logo conseguimos um local digno para morar com nossa família, muito melhor do que o que foi queimado. Depois que conhecemos o Senhor Jesus, na Igreja Universal, minha família foi restaurada e abençoada por Deus”, conclui.
Por Cinthia Meibach
Fonte: Arca Universal

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