Nasrallah destacou que, intencionalmente, esperou a saída de Bento XVI antes de lançar a iniciativa. "Aqueles que deveriam ser responsabilizados, punidos, julgados e boicotados são aqueles diretamente responsáveis por esse filme e aqueles que estão por trás deles e os que os apoiam e protegem, principalmente os Estados Unidos da América". O líder muçulmano também pediu aos governos árabes e islâmicos pela pressão por uma “lei internacional executável, que proíba insultos ao islamismo e outras religiões.”
Hassan Nasrallah também pediu aos muçulmanos de todo o mundo para protestar contra o filme, o qual ele descreveu como "o pior ataque já promovido contra o Islã; pior do que Os Versos Satânicos de Salman Rushdie, a queima do Alcorão no Afeganistão e as caricaturas nos meios de comunicação europeus".
No Líbano, nestes dias de visita do Papa, não houve manifestações contra o filme, exceto no norte do país, em Trípoli, onde a população é predominantemente sunita.
Mas, as declarações contrárias ao vídeo blasfemo estão se espalhando em grande parte do mundo islâmico, apoiadas, principalmente, por muçulmanos fundamentalistas. Na manhã de ontem, cerca de mil pessoas se manifestaram em Cabul (Afeganistão).
Domingo (16), um comício em Karachi (Paquistão) terminou com confrontos entre a polícia e manifestantes. Uma pessoa foi morta.
Segunda-feira (17), em um programa de televisão dos EUA, o presidente interino da Líbia, Magarief Mohammed, disse que seu governo já prendeu 50 pessoas ligadas ao ataque contra o consulado. Magarief afirmou que alguns dos presos não são líbios, e são ligados à Al-Qaeda, do Mali e Argélia. Ele alegou que os demais que foram presos são "simpatizantes da Al Qaeda."
Apesar de tais informações, o ministro do Interior líbio Abdel Fawzi A'al, declarou que apenas quatro pessoas foram, de fato, presas, enquanto os outros - cerca de 50 - só foram detidos para interrogatório.
Segundo Magarief, a violência contra o consulado foi planejada alguns meses antes por "estrangeiros" que usaram os protestos contra o filme blasfemo para atacar o alvo.
Em contraste, Susan Rice, embaixadora dos EUA na ONU, disse domingo, que informações preliminares do governo indicam que o ataque contra o consulado não foi planejado.
Um giro pelo Oriente Médio
Segundo a agência de notícias BBC, “o vídeo de menos de 15 minutos postado no YouTube sob o título Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos, em tradução livre) foi criticado por representar o profeta Maomé de maneira desrespeitosa”.
Ainda de acordo com a BBC (notícia em inglês), cerca de três mil manifestantes queimaram bandeiras dos EUA e de Israel, na cidade de Marawi, no sul das Filipinas; no Iêmen, centenas de estudantes na capital, Sanaa, pediram a expulsão do embaixador dos EUA.
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