quarta-feira, 9 de maio de 2012

Advogado muçulmano ameaça "banho de sangue" ao exigir aplicação da Sharia na Rússia


Advogado muçulmano ameaça "banho de sangue" ao exigir aplicação da Sharia na RússiaO advogado checheno Dagir Khasavov, fundador de uma organização que defende os direitos dos muçulmanos, disse em uma entrevista transmitida em 24 de abril pelo canal independente Ren-TV: “Os muçulmanos não querem se envolver no sistema judicial laico, é estranho para eles. Você acha que nós viemos para a Rússia para vivermos como estrangeiros. Mas na verdade nós estamos em casa.
Talvez você seja estrangeiro, mas nós estamos em casa. E nós vamos definir as regras, as regras que se adequam a nós, quer você queira ou não. Qualquer tentativa de mudar isso vai acabar em sangue, será o segundo Mar Morto. Vamos inundar a cidade com sangue”.
A declaração causou grande repercussão na Rússia, e Khasavov fugiu do país depois de receber ameaças de morte. O Ministério Público iniciou uma investigação após peritos do Instituto da Cultura da Rússia descobrirem que o discurso visava promover o ódio e a animosidade no país com base na religião, e poderia ser considerado um convite para a atividade extremista.
O pedido de Khasavov para a inclusão da Sharia nos tribunais da Rússia foi rejeitado de imediato por Mikhail Fedotov, o chefe do Conselho Presidencial de Direitos Humanos do país.
Ele disse em 25 de Abril: “A criação de sistemas paralelos de justiça é impossível em um estado governado por leis modernas. Isso mina os alicerces do sistema de justiça”. “As tentativas de forçar a inserção da Sharia nos tribunais e sobre as pessoas só são possíveis em estados teocráticos”, concluiu.
Sr. Fedotov disse que a única maneira da Sharia ser inserida nos tribunais russos era dar-lhes um papel nas audiências de arbitragem.
Em 2008, o governo britânico reconheceu que tinha há algum tempo aceito a inserção da  Sharia nos tribunais de arbitragem, mas isso em domínios limitados. Os opositores dessa idéia temem um efeito irreversível, e acham que a aceitação de certos aspectos do direito civil islâmico poderiam levar à introdução completa da sharia.
Khasavov afirmou que suas palavras foram distorcidas e disse que  estava se referindo apenas à esfera familiar, e não a uma lei criminal. Seu filho acredita que Khasavov foi incitado, possivelmente por autoridades chechenas.

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