Os protestos iniciados por uma ala de radicais islâmicos resultou no fechamento de três igrejas cristãs na província de Aceh, a única na Indonésia onde a lei islâmica (sharia) foi decretada.
Apesar de estar em uma área de maioria muçulmana, a província de Aceh sempre foi caracterizada por um forte "espírito de tolerância" e este é o "primeiro caso" de intervenção das autoridades contra os lugares de culto da minoria cristã.
A Igreja Católica Napagaluh, na verdade, é um "pequeno prédio histórico", uma capela de oração - undung-undung na língua local - que foi inaugurada em 1974 e é frequentada por dezenas de fiéis a cada semana para orações. Em 38 anos nunca houve quaisquer incidentes, protestos ou tensões com os moradores locais, que são de maioria muçulmana.
O fechamento é resultado de uma longa série de protestos promovidos nos últimos meses por movimentos extremistas islâmicos da região. Entre eles o Fórum Muçulmano Singkil, que acusa a "proliferação" de igrejas cristãs na região. Em particular, eles acusam a construção de 27 casas de oração, quando, segundo um "acordo consensual" feito em 2001 entre cristãos e muçulmanos, há apenas uma igreja permanente e quatro undung-undung (capelas de oração).
Na Indonésia, as minorias religiosas, como os cristãos, experimentam discriminação em serviços públicos, como a negação da emissão de certidão de nascimento, casamento e carteira de identidade. A sociedade indonésia, em geral agitada por muçulmanos fundamentalistas, apresenta uma tolerância cada vez menor às pessoas que abandonam o islamismo para seguir outra religião.
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